terça-feira, 13 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO E MUSEUS: SEDUÇÃO, RISCOS E ILUSÕES (Ulpiano T. Bezerra de Menezes)

Educação e Museus sempre estiveram associados, já que no século XVIII, Museus e Patrimônio originaram-se com o viéis educativo. Todavia, acredito que algumas ideias referentes ao processo educacional ainda prevalecem, outras se perdem frente aos apelos dos padrões culturais atuais. O texto parte de três problemáticas que são: educação, conhecimento e cultura material.
O conceito de educação nos museus está focado na maneira como memória e identidade são tratadas. Quando falamos em memória, costumamos acreditar que ela pode ser resgatada, como se fosse um pacote fechado de informações. Porém, trata-se de um engodo, já que a memória faz parte de um processo historicamente mutável que se constrói por meio do filtro, da seleção e do esquecimento programado. Ela se dá no presente e para responder solicitações do presente. A questão da identidade também não é imune às transformações, variando conforme as situações. Os museus, geralmente, se posicionam como indutores de identidades, de modelos unívocos de homem e sociedade, esquecendo das outras partes que também compõem a diversidade.
A segunda problemática é o conhecimento, elemento sempre recorrente quando se fala em educação nos museus, visto que, na maioria das vezes, estão mais preocupados com o excesso de informação do que com a produção do conhecimento, de fato. A situação se agrava ainda mais quando o museu se subordina à indústria cultural do espetáculo, iludindo-se com um populismo sem responsabilidade política. Por fim, vem a terceira problemática que é a cultura material, ou seja, a educação pelo objeto, onde encontramos nossos museus ainda despreparados para terem o domínio da devida exploração, da problematização de seus acervos.

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